Principios de Sabedoria

"Se você só fizer o que sabe, jamais será mais do que quem você é agora" Mestre Shifu, Kung Fu Panda.



terça-feira, 2 de abril de 2019

Robótica Educacional

Robótica Educacional
Por: Djalma P Barbosa
Analista de Sistemas e
Professor de Novas Tecnologias
Se eu estivesse escrevendo este artigo para um público de professores, e sei que alguns poderão lê-lo, diria que a robótica educacional é a metodologia de ensino que mais se aproxima do construtivismo e das teorias sociointeracionista de Vygotsky, Piaget e Wallon. Observa-se nela, um alto nível de interação entre aluno e o objeto de estudo, aluno e aluno, e também, aluno e professor, auxiliando-se e respeitando-se em suas capacidades e dificuldades.

Em todas as atividades é gerado um clima de competitividade cooperativa. Isto é, incentiva-se a agilidade nas montagens em equipe, em concomitância a conscientização de que o grupo que acabar primeiro deverá ajudar aos demais. Este modelo de competição cooperativa é denominado de GraciousProfessionalism®, termo criado pelo Dr. Woodie Flowers, engenheiro mecânico estadunidense, com especialidade em projeto e desenvolvimento de novos produtos, professor emérito do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. 

Ao descrever o ensino da robótica em um âmbito geral, no entanto, nota-se que as crianças ao terem contato com o material de montagem e programação, criam e dão vida aos modelos robóticos limitando-se apenas em sua própria criatividade. Elas passam a ter maior segurança na definição de uma profissão. Normalmente, os alunos que tiveram essa oportunidade, optam por uma área da exata, engenheiro civil, engenharia elétrico, mecatrônica, entre outras.

Há dez anos sou professor de novas tecnologias e, entre elas, a robótica educacional e já tivemos alguns frutos. A maioria dos alunos com quem tive o privilégio de trabalhar e que já concluíram o Ensino Médio, hoje esta em faculdades de engenharia, retornando à escola sempre que possível para dar seu testemunhos.

No entanto, não são esses os fatores que mais me encantam no ensino dessa ciência. E sim, o poder de transformação que ela exerce sobre as pessoas. Não importando a idade ou nível de conhecimento. Poderia citar como exemplo os nossos próprios alunos da Oficina IBCO. Poderia dizer que, na semana que antecedeu uma competição de robótica na qual fomos participar, foi marcado treino para às 13h de um sábado. Detalhe, nesse dia às 14h foi transmitido o jogo da seleção brasileira de futebol.

Ao iniciar o treino concordamos que faríamos uma pausa para assistir ao jogo. porém, quando este começou, apenas uma aluno pediu para ir assistir. Os outros continuaram o treino. Dez minutos depois, o aluno que havia descido, voltou e o treino continuou com pequenas pausas causadas pelos gritos de euforias quando saia um gol. Os alunos corriam para a janela da sala e logo retornavam à mesa de montagem e programação. Naquele momento percebi que estava diante de cinco campeões, pois em um país onde o normal seria parar tudo para ver um jogo da seleção, qualquer brasileiro que põe a aprendizagem acima do seu amor ao futebol merece o meu respeito. É um vencedor.

Ao invés de relatar a grandeza demonstrada pelos meus alunos, vou escrever sobre o testemunho que um amigo teve recentemente com outro grupo de amantes da robótica. Esse amigo, morava em Praia Grande e atualmente, ele é representante da LEGO e hoje é coordenador nacional de todos os torneios de robótica WRO (World Robotic Olimpic), e FLL (First League Lego), e responsável por organizar e acompanhar as equipes, desde as etapas seletivas até a competição mundial, que normalmente acontece em Saint Louis - EUA.

Certa manhã estava tomando o café em Presidente Epitácio onde participava de mais uma WRO, quando esse amigo se aproximou e sentou à mesma mesa em que eu estava, pois já nos conhecíamos de outros torneios. Falei-lhe do projeto que estamos desenvolvendo na IBCO e da transformação que este tem causado em nossos alunos. Por sua vez ele falou sobre a experiência de ter participado em um projeto que coordenou com jovens detentos em uma casa de recuperação.
Disse que teve a ideia de formar uma equipe inscrevê-la em um torneio, com apoio e cooperação da direção da casa. No dia da competição, ele disse que estava manobrando o carro no estacionamento do local do evento quando viu chegar uma van e os detentos descerem em fila, de uniforme laranja e todos algemados. Ele se aproximou da equipe perguntando se estava tudo bem. De cabeça baixa, olhando sempre para o chão por se tratar de uma regra do presídio, afirmaram concordando. Em seguida foram conduzidos ao seu stand de treinamento.

Aquele acanhamento relata meu amigo, durou pouco mais de dez minutos. Passado esse tempo, eles se esqueceram de suas condições e, passariam fácil por qualquer outro competidor no que se refere ao comportamento, observação às regras do torneio, questionando aos juízes e trocando informações com os outros times. Se não fosse pela cor do traje, qualquer observador teria dificuldade para afirmar que se tratava de detentos. O comportamento daqueles jovens, motivado pela prática da robótica contagiou a todos que os conheciam inclusive ao agente condicional e assistente social que os acompanhavam.

Meu amigo disse que fez questão de esperá-los na saída para perguntar-lhes como foi a experiência. Suas feições eram outras. Em seus rostos notava-se um brilho diferente daquele que tinham quando chegaram. Ao perguntar sobre o torneio, um deles respondeu;

• Chegamos aqui algemados, mas neste momento estamos nos sentido como pessoas livres.
Entraram de volta na Van e partiram. Detalhe: as algemas não foram colocadas.
Sempre tive dificuldade em manter o empenho e interesse às atribuições de uma função por mais de três anos. Passado esse tempo, e após dominar todas os dificuldades inerentes a ela, passo a relaxar por perder interesse em algo que não me oferece desafios ou possibilidade de inovações. A única saída tem sido mudar de profissão. No tocante à Robótica Educacional esse sentimento de desapontamento, após dez anos ensinando-a, assim como aprendendo a cada aula, ainda não ocorreu. 

Raramente não me emociono ao observar nos rostos dos novos alunos aquela expressão de quem fez algo grandioso quando consegue programar um protótipo e fazê-lo realizar os primeiros movimentos. A alegria é contagiante. A mesma satisfação, tenho ao observar as transformações ocorridas nos alunos que participam de uma competição. Não há derrota. Todos se tornam vencedores e retornam com aquela vontade de treinar mais para o próximo torneio.

Para finalizar, quero apontar outra característica das aulas de Robótica Educacional, as quais tenho o privilégio de observar em maior intensidade nas aulas ministradas nas Oficinas da Igreja Batista da Cidade Ocian - IBCO. Nesse trabalho há ainda a preocupação com o resgate do ser humano o que nos leva a construir “Muito Mais do Que um Robô”. Há nele uma responsabilidade e satisfação por está realizando algo movido pela fé e desejo de servir ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Como muito bem citou minha amiga e irmã, Nara Dias: “Não se trata de um trabalho, pois é algo que faço com grande alegria”.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Conhecimento e Arrogância


Compartilho com alguns irmãos ou irmãs o temor em subir ao púlpito para falar aos membros da igreja. Nem tanto pelo fato de ter que falar em público, um dos maiores medos das pessoas, mas sim devido a responsabilidade que pesa sobre este ato.
Eu frequentava uma igreja pentecostal onde o pastor dirigente tinha o hábito de, segundo suas palavras: “dá uma oportunidade aos membros presentes no culto.”
Nesse momento, o irmão que recebia essa graça se dirigia ao púlpito onde apresentava
um testemunho, lia algum trecho da bíblia ou apenas entoava um cântico da harpa.
Também era de costume dos irmão de, sempre ao final de qualquer um desses atos aplaudirem o irmão.

Frequentemente eu era contemplado com essa graça. Por ser professor, falar em público não me assustava. Durante a semana, eu sempre preparava um breve sermão, para não ser pego despreparado, caso tivesse uma oportunidade de falar aos irmão. Passei a gostar disso. Passei a me sentir bem com os aplausos.

Tempos depois, passei a me sentir como se algo estivesse errado. Primeiro porque eu estava me preocupando em demasia com em elaborar um discurso eficaz e motivador. Segundo porque, passei a lamentar quando nos domingos, não me era dada a esperada oportunidade. E ainda, porque, conforme me aprofundava na leitura da Bíblia, fui me conscientizando do erro contidos em algumas mensagens por mim proferidas, ou mesmo conceitos que eu tinha como verdadeiros sobre o cristianismo
não estavam respaldados nas Sagradas Escrituras.

Descobri assim, que para subir a um púlpito para falar das Palavra de Deus ao seu povo, são necessários pelo menos dois pré-requisitos: Conhecimento sobre as Sagradas Escrituras e principalmente, humildade. Passei a recusar as oportunidades oferecidas pelo pastor e com o tempo, deixei de frequentar aquela igreja convicto que só voltaria após adquirir o verdadeiro conhecimento sobre a Palavra de Deus e pudesse fazer um discurso onde a humildade fosse uma marca.
Surgem aí duas dificuldades. Primeira, como ter certeza de que minha concepção de conhecimento é a verdade? No ano de 2000, o filósofo francês Edgar Morin, em seu livro: “Os sete saberes necessários para a educação do futuro”, dedica um trecho no qual fala sobre ‘A Ilusão do Erro do Conhecimento’. Nesse texto, o autor afirma que a nossa mente tem a tendência de adotar um conhecimento como verdade buscando e selecionando fatos e informações que reforçam esta concepção, ignorando quaisquer outras que contrariam essa crença.

Como exemplo podemos citar a adoração a santos, imagens ou esculturas produzidas pelas mãos humanas. Para aquele que tem esse conhecimento como verdadeiro, não há argumentos nem fatos que os façam mudar de ideia. Mesmo o próprio livro de Sabedoria, que compõe a bíblia do catolicismo condena essa prática em uma de suas passagens na qual conta a história de “um homem que vai para a floresta, corta uma árvore, separa-lhe o tronco, coloca-o no ombro e leva para casa. Lá chegando esculpe nesse mesmo tronco, uma imagem e em seguida, ajoelha-se pede a ela que o proteja”.
Mesmo passagens semelhantes a essas em outras partes das Escrituras Sagradas como “Não farás para ti imagens ou esculturas...” e “Não te curvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso...” Êxodo 20: 4-5, não são suficientes para provar ao idólatra que aquilo que ele tem como verdade não o é.

Sua mente não lhe permite acreditar em algo contrário ao que já foi formado como verdadeiro, e ele até mesmo acredita que, se algo de bom acontecer em sua vida foi graças à sua devoção a determinado santo, imagem ou escultura.
E quanto à humildade necessária para levar a mensagem do Nosso Senhor
Jesus Cristo?
O médico Elsimar Coutinho uma vez disse a seguinte frase: “Quanto mais aprendo, mais vejo o quanto não sei. As pessoas que sabem pouco desconhecem a própria ignorância, por isso se tornam arrogantes”.
Confesso que durante muito tempo tive essa última parte da frase como verdadeira. Acreditava que o conhecimento poderia contribuir para um comportamento humilde. Porém, ao interagir com pessoas tidas como sábias, professores, doutores, escritores famosos, percebi que não era bem assim. O vasto
conhecimento que eles dominavam não lhes conferiam um comportamento humilde, pelo contrário, os tronavam arrogantes.
Recentemente, li um texto atribuído ao cristão missionário Antônio Vieira que dizia que “O Homem se torna arrogante de duas maneiras: pelo poder e pelo conhecimento”. Comecei aqui a entender a relação do conhecimento, o poder e a arrogância.
Cito como exemplos o historiador professor Leandro Karnal, que apesar de todos o seu conhecimento, não consegue ser humilde o suficiente para reconhecer o poder e a glória de Deus. Podemos ainda observar o comportamento do rei Salomão, um dos homens mais sábio do mundo, senão o mais sábio, que no auge de sua plenitude passou a se comportar de forma arrogante.

Chegamos aqui a dois dilemas: se para subir ao púlpito e falar para o povo de Deus é necessário conhecimento e humildade, primeiro, como ter certeza de que aquilo que acredito que saiba não é uma ilusão do erro do conhecimento criado pela minha mente e concretizado como verdade? Tendo em vista o fato de existir a possibilidade de diferentes interpretações da palavra de Deus o que varia de pessoa para pessoa dependendo de situações psicofísico emocionais em que se encontra?

Bom, para esse problema, só nos resta uma solução: Orar a Deus e pedir para que o
Espírito Santo interceda e coloque em nossa boca apenas palavras de sabedoria que
venham a exaltar a glória, o poder e o grande amor do Nosso Senhor.

Segundo problema: como nos sentir humildes o suficiente para julgar-nos merecedores de subir ao púlpito na certeza de que o nosso discurso terá com único objetivo exaltar a honra e glória de Deus nosso Senhor? Sabemos que a arrogância, soberba, orgulho são desagradáveis ao Senhor. Isso está escrito em inúmeras passagens da Bíblia. E ainda que “O galardão da humildade e temor ao Senhor são riquezas, honra e vida”. Apoderar-se de um púlpito e falar da palavra de Deus para pessoas inteligentes e conhecedoras do assunto, não deixa de ser um status que pode proporcionar um certo prazer que facilmente nos arremete à arrogância.

Como não nos sentir orgulhosos, soberbos ou arrogantes diante do poder do conhecimento e o status que este proporciona? Essa é uma outra incógnita. No momento em que nos consideramos suficientemente humildes para aceitar o convite para falar em púlpito, nos tornamos arrogantes. O Pastor Sul Africano chamado Andrew Murray, que viveu no final do século XIX e início do século XX disse: “Humildade é aquela virtude que, quando você percebe que a tem, já a perdeu”.
Para este caso, acredito não haver solução. O que fazer então? Recusar ao convite de falar sobre a palavra de Deus quando nos é dada a oportunidade? De forma alguma. Primeiro porque a arrogância só faz mal ao próprio indivíduo, atrapalhando a sua relação com o Nosso Senhor Jesus Cristo que foi um grande exemplo de humildade e que, se desejamos ser seus discípulos, não podemos agir de forma diferente.

Segundo, porque aquela mensagem que você está pregando, pode surtir um efeito gigantesco e maravilhoso no coração de quem a escuta, ganhando-a para a Luz e o Reino do Senhor.
E em terceiro lugar, e aqui eu cito o exemplo de Raabe, a meretriz pobre de Jericó que trabalhava para sustentar sua família, e que creu em Deus, temendo-o e obedecendo-o, e que por isso, não apenas teve a compaixão e graça do Senhor, mas ainda foi abençoada grandemente fazendo parte da linhagem do Nosso Salvador.

Cabe aqui uma questão: como Raabe soube da existência, do poder e do grande amor do Deus dos Hebreus? Tendo em vista ela, sendo pobre, jamais poderia ter saído de dentro das muralhas de Jericó. Bom, uma das possíveis respostas é que, por atender vários tipos de clientes, soldados, comerciantes, viajantes, estes podem ter lhe falado sobre os grandes feitos do Deus Todo Poderoso. E assim, ela creu.
Ora, se Deus fez uso de pecadores para manifestar-se a uma de suas servas, falou a Moisés através de uma sarça em chamas, usou uma jumenta para falar a Balaão, um grande peixe para levar Jonas a cumprir a sua ordem, porque não usaria um arrogante para levar sua palavra aos corações dos aflitos e perdidos que anseiam pela salvação?

Li uma historinha que

Uma vez o diabo comentava com um dos seus dizendo – quer ver como a gente engana um crente? Eu vou levar esta sexta-básica para aquela senhora, e quando ela perguntar quem mandou, direi que foi Satanás. E assim fez. Bateu na porta, quando a senhora crente abriu e ele entregou a sexta. Ela recebeu e já ia fechando a porta novamente quando o diabo pergunta: - a senhora não gostaria de saber quem está dando esta sexta-básica? – Ela respondeu: - não preciso meu filho, quando Deus manda até o diabo obedece. (Autor desconhecido)

Quantos casos fomos testemunhos nos quais ímpios descrentes agem como portadores da palavra de Deus? Sim, devemos aceitar ao convite para falar em um púlpito sempre que este for feito, procurando nos preparar da melhor maneira possível, buscando conhecimento nas Sagradas Escrituras e orando a Deus pedindo para que nos livre do sentimento de orgulho. Pois, considere que esse convite possa ser um chamado do Senhor que deseja te usar como instrumento da sua palavra; como mensageiro da boa nova.

Louvado seja o Nosso Senhor Deus Todo Poderoso e Seu amado Filho Jesus
Cristo, nosso Salvador.
.
.
.
Em construção

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Preconceitos


O Brasil é um país onde há preconceitos

Podemos observar vários tipos
- Preconceito das pessoas com pigmentos de pele branca em relação às pessoas com pigmentos de pele mais escura (já que não existem raças humanas, mas sim A raça Humana);
- Preconceito das pessoas com pigmentos de pele escura em relação às pessoas com pigmentos de pele mais branca;
- Preconceito entre as pessoas com pigmentos de pele escura ou brancas;
- Preconceito das pessoas da região Sul ou suldeste em relação às pessoas das regiões Norte e Nordeste;
- Preconceito quanto à orientação sexual;
- Preconceito religioso;
- Preconceito ideológico;
- Contra pessoas que se encontram acima do peso;
- Até mesmo preconceito intelectual.

Podemos afirmar sim, que o Brasil é um país onde os preconceitos são evidentes e, entre os preconceituosos encontramos alguns extremistas que se utilizam da violência para manifestar seus sentimentos em relação ao diferente.

Porém, não é possível concluir que esteja em andamento algum tipo de projeto visando o fim da miscigenação ou da convivência harmônica entre o povo dessa grande nação.
Assim como há os extremistas preconceituosos, também há aqueles que se utilizam da cor da sua pele, ou do fato de pertencer a uma minoria para se vitimarem e promoverem a própria projeção.

Eu jamais deixaria de falar com alguém, ou me sentar ao seu lado, ou ainda teria qualquer sentimento de ódio baseado apenas em alguma diferença de traços fenótipos ou preferências. Mas, com certeza mudaria de calçada para evitar o encontro com pessoas nojentas, hipócritas e arrogantes.

Salve o dia da consciência negra.
Vivam em paz os homossexuais, amarelos, os potiguares, gaúchos, capixabas, mineiros, soteropolitanos, belenense, candango.

Viva a diversidade. 
É na diferença que evoluímos.

sábado, 2 de setembro de 2017

ESTUDO DO MEIO: FAUNA NA LINHA D’ÁGUA



Centro Educacional SESI - 087

RELATÓRIO DA ATIVIDADE CAMPO EM ECOLOGIA

ESTUDO DO MEIO: FAUNA NA LINHA D’ÁGUA



Integrantes:
Carlos nº 04
Giovanna nº 11
Júlia Sodré nº 21
Pedro Humberto nº
Pedro Moura nº

Série: 1º ano B EM
Componente curricular: Biologia
Profª Edinéia Farraboti
 



Introdução e objetivos
As praias de Santos formam na verdade uma grande praia de 7 quilômetros, com uma única enseada. Além disso, essas praias também possuem o maior jardim da orla do mundo. Por isso, devemos estudar as espécies encontradas lá e também preservá-las, pois a praia nos traz lazer e uma grande diversidade de espécies.
A fauna na linha d'água encontrada nessa região pode variar conforme o tempo. Em sua maior parte pode-se encontrar conchas com muita facilidade e também corruptos vivendo em buracos. Além disso, pode haver espécies que foram trazidas pelo mar, como peixes (muitas vezes mortos), ou até mesmo algas.

Nosso objetivo ao analisar a fauna da linha d'água de santos foi observar a diversidade de espécies e suas quantidades por distancias. Com essas informações é possível debater sobre esses resultados e criar gráficos, trabalhos que influenciem a conscientização e a preservação da área, pois é fato que devido uma grande população em santos a praia não se encontra em um ótimo estado sempre.



Materiais e métodos

Não foram necessários muitos materiais para a precisão da metodologia que tínhamos que desempenhar. Nós ficamos com o canal 4 ao canal 5 como área de estudo. A fita métrica e a tabela montada antes da saída foram essenciais para desenvolvermos o trabalho, no entanto tivemos alguns problemas na medição das áreas do transecto. A fita métrica utilizada continha apenas 5 metros de comprimento e nós tínhamos que medir 300 metros, então Pedro Humberto e Pedro Moura foram marcando 20 parcelas de 5 metros, para chegarmos a 100 metros. Quando chegávamos a 100 metros, Júlia e Carlos iniciavam a contagem nessa parcela, enquanto Pedro Humberto e Pedro Moura continuavam a marcar mais duas áreas de 100 metros para completarmos 300 metros. Portanto, o transecto todo foi dividido em 3 áreas de 100 metros de comprimento e 5 metros de largura, totalizando o transecto de 300 metros de comprimento e 5 metros de largura, com 1500 m² de área. Dividimos-nos para executar a contagem, Carlos e Júlia contaram as duas áreas de 100 metros mais próximas do canal e Pedro Humberto e Pedro Moura contaram a última área mais distante do canal. Foram impressas duas tabelas dessa:
  

Categoria (espécies)
Quantidade encontrada no transecto
Conchas
Gastrópodes


Bivalves
Bolachas da praia

Corruptos

Peixes

Barata-da-praia

Estrela do mar

Caranguejos

Ermitões

Água-viva

Siris

Coral

Pombas



 
Uma delas ficou com a dupla que contou as áreas mais próximas ao canal e a outra, com a dupla que contou a última parcela de 100 metros que se encontrava distante do canal. Já na aula de informática após a saída, juntamos os dados das duas tabelas, formando uma só. Nós contamos como fauna todos os animais visíveis encontrados na região maiores que 2 cm (exceto seres humanos). Como orientação da professora, nós deveríamos contar apenas os organismos vivos, no entanto, não havia muitos organismos vivos visíveis, apenas os corruptos e ermitões, então contabilizamos a fauna morta também. 

Área de estudo- Canal 4 ao canal 5
  


Resultados e discussões


 Fauna
Abundância
Frequência relativa
Densidade (unidade p/ m²)
Ermitões
2
0,76%
0,0013
Peixes
3
1,14%
0,002
Bolachas da praia
5
1,90%
0,003
Pombas
6
2,28%
0,004
Siris
7
2,66%
0,0046
Coral
7
2,66%
0,0046
Conchas Gastrópodes
27
10,26%
0,018
Conchas Bivalves
94
36%
0,627
Corruptos
112
42,58%
0,0747
Total
263
100%
------    



Classificação biológica/científica das espécies encontradas e a relação com o seres humanos:
Peixes
Reino Animal
Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes, ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes, ou peixes ósseos.
Subdividem-se em : agnatos ou ciclóstomos (peixes sem mandíbula) e condrictes (peixes sem esqueleto e cartilagem).
Não foi possível descobrir especificamente a classificação científica do peixe, pois nosso escasso conhecimento não foi o suficiente para dizermos ao certo quais foram as espécies encontradas e analisadas. Além de enfeitarem o oceano com a beleza e com a diversidade de espécies, os peixes não deixam a água ficar parada, algumas espécies limpam carcaças e evitam a transmissão de doenças; são controladores de larvas de mosquitos e comem ovos de outras espécies ajudando a preservar o equilíbrio. Sua extinção pode causar um desequilíbrio muito grande no ecossistema, pois são controladores de grande do que acontece nos oceanos, rios e lagos. 

Ermitão
Reino Animal
Filo: Artropoda
Classe: Crustacea
Ordem: Decapoda
Família: Paguridae
Gênero: Eupagurus
Espécie: Eupagurus bernhardus
Os caranguejos ermitões têm um papel mais individual no meio ambiente, eles tem com atividade principal a troca ou apropriação de conchas alheias, essa troca ocorre com muita frequência, pois quanto maior a concha, eles crescem mais e se reproduzem mais. Sem eles perceberem, atraem pessoas para assistir esta “luta” (quando acontece na areia) para conseguir uma concha nova, fazendo com que a população se aproxime do meio ambiente e de tudo que ele tem para oferecer. os ermitões não se relacionam muito com a espécie humana, pois não o convêm, no entanto, o homem se relaciona com o ermitão, pois após muitas pesquisas percebem a dificuldade de um ermitão encontrar sua concha hospedeira ideal para viver e busca solucionar esse problema, pois sabe que cada espécie animal tem sua importância no meio em que habita.



Bolacha da praia
Reino Animal
Filo: Echinodermata
Classe: Echinoidea
Subclasse: Euechnoidea

Superordem: Gnathostomata

Ordem: Clypeasteroida Leske, 1778
No meio ambiente elas utilizam-se do substrato do solo e geralmente se encontram enterradas na areia do oceano. Para o meio ambiente, elas servem como agente de fortificação e nutrição do solo, pois utilizam os nutrientes fornecidos pelo solo e também repõem através das suas trocas gasosas e decomposição ao falecer.
Ao entrar na água do mar, é possível sentir está espécie animal na areia, geralmente, o ser humano costuma pegá-la na mão e serve como um meio de atração, pois não é algo muito comum á relação entre bolachas da praia e o ser humano. Além de viverem em locais diferentes, são espécies muito divergentes das outras conhecidas.

Pombas
Reino Animal
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Columbiformes
Família: Columbinae
Género: Columba
Espécie: C. livia
Algumas espécies, por suas características biológicas, podem indicar degradação ambiental estando com baixa população ou mesmo ausentes em ambientes que sofrem grandes impactos pelas ações humanas, como: urbanização, atividades agropecuárias e desmatamento. A pomba não é um animal que deveria estar na praia, ela é atraída pelos restos de comida que o ser humano deixa na praia, é considerada uma praga quando se relaciona com o ser humano no mesmo local, entretanto, essa relação indesejada é causada pelo ser racional, não pelo instinto animal. Em ambiente natural, os pombos se alimentam de insetos, grãos e sementes e, dessa forma, realizam o controle populacional dos insetos e a dispersão de algumas sementes que foram ingeridas, mantidas quentes e úmidas e eliminada pelas fezes das aves em condições propícias para a germinação. Por sua vez, os gaviões podem alimentar-se de pombos, sendo seu predador natural e, assim, a presença de pombos auxilia na manutenção da população de gaviões
.

Siris
Reino Animal
Filo: Arthropoda
Classe: Malacostraca
Ordem: Decapoda
Subordem: Pleocyemata
Infraordem: Brachyura
Superfamília: Portunoidea
Família: Portunidae

O consumo de siris e crustáceos em geral pela população aumentou, pois ele traz vários benefícios para a saúde, por conter baixo teor de lipídios e calorias é uma fonte muito grande proteína, sendo assim reduzindo para quem o consume, futuros problemas cardiovasculares.
Os crustáceos possuem uma substância que é a quitosona, que ajuda na não só na absorção de gordura e colesterol, capaz de diminuir o colesterol ruim (Colesterol LDL), e aumenta o colesterol bom (Colesterol HDL), mas também previne doenças como Mal de Alzheimer, diminui taxas de colesterol, Obesidade, combate a distúrbios do sono, problemas cardiovasculares.
Essa quitosona também é utilizada na medicina, como controladora de liberação de drogas, na biomedicina como separador de proteína, e no meio ambiente como removedor de poluentes, com esses papeis fica claro que a importância econômica é grande, pois é utilizado em vários setores do mercado, sendo assim contribuindo para a economia do país.
Os siris fazem parte da cadeia alimentar de outros animais, além de ter uma importância ecológica tem a econômica, alguns desses crustáceos são consumidos pelo homem, criando um mercado. Também tem importância sanitária, alguns deles são transmissores de doenças, fazem parte do ciclo de vida , servem como hospedeiros intermediários.

Corais

Reino Animal
Filo: Cnidaria
Classe: Anthozoa

Subreino: Eumetazoa

Corais tem muita importância no ambiente marinho, pois dão abrigo e alimento para a maioria dos peixes e, além disso, funcionam como um filtro de água do mar já que se alimentam pela filtração da água. Os recifes de corais são um ecossistema marinho com uma grande biodiversidade. São um perfeito habitat para peixes e outros animais marinhos. Por abrigarem um grande número de plantas e peixes variados, são conhecidos como o habitat marinho com mais biodiversidade do mundo.

Os recifes de corais estão sendo gravemente ameaçados, a contaminação terrestre e a sobrepesca são as principais ameaças para os recifes de corais. Esses danos causados pelos homem são perigosos, pois ocorre em grande quantidade a fotossíntese com esses plânctons e é p único meio de limpeza do ar poluído. Os recifes de corais são lugares de grande importância tanto para os animais marinhos quanto para a sustentabilidade econômica para o ser humano.



Conchas Bivalves:
Reino Animal
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Conchas Gastrópodes:

Reino Animal
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Sub-classes: Orthogastropoda, Eogastropoda
As conchas servem para proteger a maioria dos moluscos, por serem animais de corpo mole e que tem dificuldade para a locomoção, se não fosse elas, os moluscos que são protegidos por elas seriam devorados pelos predadores e estariam em extinção.
As conchas servem para proteger a maioria dos moluscos, por serem animais de corpo mole e que tem dificuldade para a locomoção, se não fosse elas, os moluscos que são protegidos por elas seriam devorados pelos predadores e estariam em extinção.
 






Corruptos
Reino Animal
Filo: Arthropoda
Subfilo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Ordem: Decapoda
Infraordem:
Thalassinidea
Família:
Callianassidae
Gênero:
Callichirus Stimpson, 1866
Espécie: Major
O Corrupto é uma excelente isca para peixes marinhos, utilizados por pescadores amadores ao longo das praias oceânicas do litoral brasileiro, desde a costa nordeste até a costa sul. O ser humano deixou o animal em extinção por conta da pesca excessiva.
Por se alimentarem de matéria orgânica em decomposição e de pequenos animais, ajuda na limpeza do meio ambiente para que essas pequenas carcaças não possam transmitir doenças.




Conclusão

Na pesquisa de campo referente à fauna na linha d’agua é possível visualizar, o quão abundante são os animais que se alojam em conchas e os corruptos nas praias de santos, onde de 263 animais encontrados em nossas demarcações, 121 eram moluscos, porém a maioria dos encontrados possuíam apenas suas conchas e não os moluscos em si, e 112 corruptos; além do que é perceptível que a biodiversidade litoral paulista não é muito vasta, porque dos animais que foram catalogados, esses foram os únicos que excediam o número de 10 animais referentes a cada população, uma análise um tanto quanto frustrante para nós pesquisadores, que tínhamos em mente que os animais que seriam mais vistos seriam os siris, mas encontramos apenas sete deles, porém todos mortos; outra surpresa que tivemos foi à presença de ermitões, apesar do número deles ter sido muito baixo, com apenas dois deles encontrados, não esperávamos que teria sido encontrado um ermitão sequer;
Tivemos bons resultados perante a coleta de dados, conseguimos aproveitar ao máximo nossas limitações. Foi uma experiência única com um tipo de atividade como essa, onde pudéssemos ‘explorar’ e contabilizar dados de uma região, sejam esses dados resíduos, orgânicos ou não.



Referências


“Qual a importância dos peixes para o ser humano?”. Disponível em: < http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcorespmostra/0,5991,POR-4425-h,00.html> Acesso em 17 jun. 2017.
PAVANI, Lílian. “A escolha de novas conchas por ermitões (crustacea: decapoda) depende da relação entre o tamanho do ermitão e o tamanho da sua concha hospedeira?”, 2007. Disponível: < http://ecologia.ib.usp.br/curso/2007/pdf/individuais/i_lilian_pavani.pdf> Acesso em 18 jun. 2017.
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Classificação biológica"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/classificacao-biologica.htm>. Acesso em 18 de junho de 2017.
ARAGUAIA, Mariana. “Classificação Biológica (Taxonomonia)”. Disponível em: <
http://biologianet.uol.com.br/biodiversidade/classificacao-biologica-taxonomia.htm>. Acesso em 18 jun. 2017.
FREITAS, Ana. “Conchas artificiais ajudam caranguejos ameaçados pela poluição”, 2016. Disponível em: <
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/07/Conchas-artificiais-ajudam-caranguejos-amea%C3%A7ados-pela-polui%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em 19 jun. 2017.
“Importância dos Crustáceos para a saúde”. Disponível em: <
http://brasileirobaiano10.tripod.com/id2.html>. Acesso em 19 jun. 2017.
AMARAL, Dalva. “A importância dos pombos na natureza”, 2012. Disponível em: <
http://dalvaamaral.blogspot.com.br/2012/10/a-importancia-dos-pombos-na-natureza.html> Acesso em 19 jun. 2017.
“Importância ecológica dos pombos”. Disponível em: <
http://www.dedetizacao-consulte.com.br/pombos-importancia-ecologica.asp> Acesso em 20 jun. 2017.
“Filo Equinodermata: Bolacha da praia”. Disponível em: <
http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/bolacha-da-praia> Acesso em 20 jun. 2017.
MARCEL, Guellity. “Caranguejo ermitão terrestre socializa para roubar conchas”, 2012. Disponível em: <
http://www.euquerobiologia.com.br/2012/10/caranguejo-ermitao-socializa-para.html> Acesso em 20 jun. 2017.
“Pombos: Conheça o pombo, foto, aves, informações sobre este pássaro, pombo correio, classificação, comportamento, reprodução e alimentação”. Disponível em: <
http://www.suapesquisa.com/mundoanimal/pombo.htm>. Acesso em 21 jun. 2017.
BRITES, Alice Dantas. “Moluscos: conheça as características desse filo”, 2009. Disponível: <
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/moluscos-conheca-as-caracteristicas-desse-filo.htm>. Acesso em 21 jun. 2017.
FONSECA, Krukembergh. “Corais (Classe Anthozoa)”. Disponível em: <
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/corais.htm> Acesso em 22 jun. 2017.
RODRIGUES, S.A. & R.M. SHIMIZU.
1997. Autoecologia de Callichirus major (Say, 1818), p. 155-170. In: R. ABSALÃO & A.M. ESTEVES (Eds). Ecologia de praias arenosas do litoral brasileiro. Rio de Janeiro, PPGE-UFRJ, Série Oecologia Brasiliensis, vol. 3, 270p. [1]
WYNBERG, R.P. & G.M. BRANCH. 1991. An assessment of bait-collecting for Callianassa kraussi Stebbing in Langebaan Lagoon, western Cape, and of associated avian predation. South African Journal of Marine Sciences, Cape Town, 11: 141-152. Acesso em 22 de junho de 2017.